Produção industrial mato-grossense desacelera - Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso

O indicador de volume da produção das indústrias mato-grossenses registrou 42,5 pontos – seis abaixo dos 48,5 registrados em âmbito nacional e confirmando a tendência de queda que vinha se desenhando nos últimos quatro meses. Além do volume de produção, a utilização da capacidade instalada também recuou, caindo de 60% para 56% do total. Isso demonstra que as empresas estão operando com ociosidade. Os resultados fazem parte da pesquisa Sondagem Industrial, elaborada pelo Observatório da Indústria da Fiemt em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A cautela entre os industriais acompanha o cenário nacional, que inclui quedas na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) e falta de perspectiva quanto à aprovação das reformas estruturantes.

A previsão de crescimento do PIB, que no início do ano era de 2,5%, já está em 1,97% apenas, de acordo com o relatório Focus, do Banco Central. Foi a sexta redução de projeção consecutiva. O resultado bate com a revisão divulgada pela própria CNI, para quem a previsão de expansão PIB do país recuou para 2%, ante os 2,7% previstos em dezembro de 2018. Já a perspectiva para o crescimento do PIB Industrial caiu de 3% para apenas 1,1%, de acordo com dados da CNI.

O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, avalia que a estagnação nas negociações pela aprovação das reformas, originadas pelos impasses entre o Governo Federal e o Congresso Nacional, têm influência direta na reação do setor produtivo. “A expectativa do empresariado era – e ainda é – de ver as reformas caminharem, para que fosse possível retomar o crescimento estruturado da economia. Até o momento, isso não se consolidou. A geração de empregos parou, as projeções do PIB estão minguando”, afirma.

Ele acredita que algumas das 18 medidas anunciadas na tarde desta quinta-feira pelo presidente da República poderão surtir efeitos positivos, pois simplificam exigências, racionalizam órgãos públicos e melhoram o arcabouço regulatório – porém é preciso mais. As medidas incluem a revogação de decretos que visam reduzir as exigências burocráticas sobre empresas e indivíduos, a resolução que trata da cessão onerosa na exploração do petróleo do Pré-Sal, a autonomia do Banco Central e a que trata da conversão de multas ambientais.

Em âmbito nacional, as medidas podem impactar positivamente em função de reduzirem a insegurança jurídica e também alguns custos. Mas o efeito para Mato Grosso é bem mais tímido, pois o processo de industrialização no Estado depende de investimentos em infraestrutura e logística, além da desoneração da energia e do diesel, por exemplo, o que só será viável com um equilíbrio mínimo das contas públicas. “Esse equilíbrio não vai ser alcançado enquanto a discussão sobre as reformas continuar patinando”, resume Gustavo, “e a geração de empregos de qualidade em Mato Grosso só vai aumentar quando conseguirmos fazer o processo de industrialização decolar. Tudo está interligado”, conclui.

Veja a pesquisa completa aqui: http://www.fiemt.com.br/arquivos/3374_02_2019_sondagem_industrial_mt.pdf

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